Os passos que um dia dei. Dei, que um dia passo, que unia laços, que moía braços, que la vem outros passos. Esses são os laços de um velho abraço que saiu no traço de um beijo teu.
sábado, 24 de outubro de 2009
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Velhos olhos
Daquele velho coreto que corta a pracinha, vejo dois velhinhos sentados; suas cabeças pareciam algodão doce ou uma barba de papai Noel mesmo.
E o que eu achava mais engraçado era a maneira que o velhinho descrevia aquela cidadela. Casinhas bucólicas, é esse o cenário de Cachoeira, uma gente que não carrega maldade no coração, essa é a paz de Cachoeira, e o papagaio do vizinho, de tão fraco, descansava numa bicicleta, ou melhor, numa magrela, como dizia vovô.
O rio que corta a cidade hoje está calmo, vazio e gelado. Nele, o Sócrates, seu morador peixe vive tranqüilo e em família.
Amanhã é dia de samba de roda, de caruru, de poesia, é o dia de cachoeira, sob esse belo céu azul.
A rua está ficando vazia, já são oito e quarenta e três mas ainda não consegui ver a lua. Ela hoje está escondida e sem brilho pra mim, mas para o casal de velhinhos que estão do outro lado, ela aparece grande e alva.
A noite esfriou, o casal dormiu, o tempo passou e o sol loiro saiu. Elementos rimados nas esquinas de Cachoeira.
Já amanheceu, ouço os atabaques da vila ao lado. O trem passou agora, lento, carregando olhos, olhos de dois velhinhos sentados, com cabeças que pareciam algodão doce ou uma barba de papai Noel mesmo.
E o que eu achava mais engraçado era a maneira que o velhinho descrevia aquela cidadela. Casinhas bucólicas, é esse o cenário de Cachoeira, uma gente que não carrega maldade no coração, essa é a paz de Cachoeira, e o papagaio do vizinho, de tão fraco, descansava numa bicicleta, ou melhor, numa magrela, como dizia vovô.
O rio que corta a cidade hoje está calmo, vazio e gelado. Nele, o Sócrates, seu morador peixe vive tranqüilo e em família.
Amanhã é dia de samba de roda, de caruru, de poesia, é o dia de cachoeira, sob esse belo céu azul.
A rua está ficando vazia, já são oito e quarenta e três mas ainda não consegui ver a lua. Ela hoje está escondida e sem brilho pra mim, mas para o casal de velhinhos que estão do outro lado, ela aparece grande e alva.
A noite esfriou, o casal dormiu, o tempo passou e o sol loiro saiu. Elementos rimados nas esquinas de Cachoeira.
Já amanheceu, ouço os atabaques da vila ao lado. O trem passou agora, lento, carregando olhos, olhos de dois velhinhos sentados, com cabeças que pareciam algodão doce ou uma barba de papai Noel mesmo.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Painho, parabéns!
Se alguém quiser um exemplo de pai, eu peço licença, mas o meu é modelo para tal. Modelo no sentido de que é dotado de características especiais que fazem dele representante ideal de sua categoria e que deve servir de objeto de imitação, claro é meu pai. Ele é tudo isso, e como se não bastasse é rubro negro, é Vitória.
Ele é meu maior presente, é o troféu que ganho todos os dias. Quando se trata dele minha medalha é de ouro, e o pódio é sempre meu. Falar de Gregório é sinônimo de orgulho pleno e absoluto, é uma das poucas certezas que tenho na vida e que sem dúvida, vou carregar para sempre.
Greg, neste dia tão especial, venho aqui te parabenizar e agradecer por tudo, principalmente por ser esse pai amigo e fiel. Que Deus te abençõe cada dia mais, cobrindo tua vida de felicidade e alegria; e que esta data, em nome de Jesus, se repita por muitos e muitos anos. Eu te amo e sou apaixonada por você!
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Caminhos de pedra
A certeza que eu tenho do dia que se passou é que tinha um gato preto em cima de minha casa, acho que ele dormiu comigo e eu não vi. Faltou dinheiro pro pão, o telefone resolve bloquear, até minha unha quebrou, e como se não bastasse, no fim da noite ouço gritos na rua, era a vizinha brigando com a amante do marido, oxalá o gato tenha pulado pro telhado dela e eu já estava mais tranquila apesar de tudo. A vida tem dessas coisas e a gente tem mesmo é que se acostumar e tratar bem o gato, só isso.
Carros desgovernados, um cavalo carrega a mudança de uma idosa na rua de trás, o preço do tomate aumentou, a tarde tem cheiro de acarajé e eu procuro calma.
Meus dias são assim nessa cidadela que agora preciso considerar minha. Mas tenho que me acostumar com as insanidades que existem. Semana passada apareceu um corpo, no rio que corta a cidade, e aquilo tirou meu sono por três noites, até hoje tenho lembrança do que eu vi, o vestido que ela usava era azul, um azul cruel, amargo. Foi o cenário mais louco que enxerguei durante esse tempo em Cachoeira; é tanto estrago que minha vontade é voltar para casa. Tá, eu sei que lá não é muito diferente, mas a presença da minha mãe me faz sentir protegida e eu não vejo nem presencio tanta agonia.
Um dia vou sentir falta dessa tormenta, para outros calmaria, sinceramente eu não consigo entender porque as pessoas sentem-se calmas aqui dentro. Sei que quando tiver bem distante vou lembrar saudosamente desses caminhos de pedra, das casinhas coloridas, do cachorro a sombra de um velho chevete azul e de ouvir também seu Zezé com aquela voz rouca e velha falando que mais uma vez o tomate subiu. O tomate, o feijão, o milho...
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