terça-feira, 26 de janeiro de 2010

UMA REALIDADE TÃO, TÃO DISTANTE.

A cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, abriga o campus de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), situado no Quarteirão Leite Alves. Criada em 2006, a instituição recebe alunos e professores de diferentes cidades e estados do Brasil. Mas, para muitos estudantes e pré-vestibulandos da cidade, ela ainda é uma realidade muito distante.

Alguns alunos, especialmente do curso de história, se dispõem a ensinar como voluntários no cursinho pré-vestibular. Eles acreditam que é um bom trabalho e que serve de aprendizado para sua vida profissional, além de estarem interagindo com a população cachoeirana; A intenção corresponde à opinião de Felipe Nascimento, 19, estudante da rede pública de ensino, para quem a UFRB precisa interagir com a comunidade, para que os pré-vestibulandos se envolvam diretamente, de forma que aumentem suas expectativas de ingressar na universidade. É fato que existem poucos estudantes cachoeiranos dentro da universidade, e isto aumenta ainda mais a preocupação dos que ainda não ingressaram.
Felipe, apesar de ainda estar na segunda série do ensino médio, sente-se preparado para um vestibular. Segundo ele, "O colégio ajuda a gente da maneira que pode, mas eu acho que quem faz o colégio é o aluno. Essa história de que escola pública não prepara é pura mentira!". Gleysiane Sampaio, 20, já concluiu o ensino médio e faz curso pré-vestibular. Ela chama a atenção, durante a entrevista, para o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) que após algumas mudanças tornou-se alegria para uns, tristeza para outros. Tristeza para Gleysiane, que comenta: "A prova do ENEM é desumana, é grande, é chata, ficou... assim... cansativa!" Felicidade para Jaqueline, 21, que sonha em fazer comunicação social, apesar de ainda não ter concluído o ensino médio. Ela fala de maneira positiva quando se refere ao ENEM, e acredita ter mais chances agora com algumas inovações impostas pelo governo federal. Os objetivos principais dessas inovações são justamente democratizar as oportunidades de acesso às vagas federais de ensino superior, possibilitar a mobilidade acadêmica e induzir a reestruturação dos currículos do ensino médio. Agora, a prova servirá também como uma certificação de conclusão do ensino médio, o que é uma grande oportunidade para quem ainda não o terminou. Isto desde que, na data de realização da prova, o candidato tenha 18 anos.
É notória a inquietação de muitos estudantes quando o assunto é preparação para o vestibular. Eles preferiam escolher um curso e poder entrar, sem necessariamente uma prova que irá julgar seu desempenho excluindo, portanto, os que de certa forma não obtiverem sucesso.


MONALISA LEAL MELO

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